Dando uma lida hoje no blog percebi que nunca postei um relato de parto aqui. Andei dando uma olhada nos meus 'escritos' e percebi que realmente eu não fiz! Então, aí vamos nós ao dia G:
Lembro de ter acordado na quarta feira 26 de Novembro de 2008 como em todos os outros dias, com uma festa dentro da barriga. A Gabi sempre acordou antes da mamãe aqui, e fazia A festa, principalmente se papai conversasse com ela. Lembro que eu tinha prova de Direito Penal na quinta feira, então estudei um pouco(não tinha aula na quarta, já havia passado naquela matéria), arrumei a casa e fiz almoço. Esse tempo todo eu sentia uma dorzinha nas costas, bem na parte da bacia, mas achava que tinha dormido mal ou que a barriga tava muito pesada, e nem dei muita bola. Coloquei minha inseparável legg de 'fim-de-gestação', blusa rosa e minha melissa favorita e fui trabalhar. Cheguei na Rejur(Representação Juridica da Caixa Federal), bati meu ponto e comecei a conversar com a Mari e o Mesa, dois colegas estagiários. Lembro nitidamente da Mari dizendo que a Gabi ia nascer logo pois meus pés tinham inchado. Ela não tinha idéia do quanto estava certa!
Trabalhei a tarde toda sentindo a dorzinha nas costas, e de vez em quando algumas cólicas. Mas eu tava tão confiante na contagem da médica (e achando estar de 36 semanas) que nem imaginei que eram contrações, no máximo as 'Braxton Hicks' (contrações de treinamento). Ainda sentindo a dorzinha encerrei o expediente às 6 da tarde, passei na sorveteria e fiz meu caminho para casa, 15 minutos de caminhada. Depois, subi os quatro andares do nosso prédio e cheguei em casa como todos os dias, cansada e com muito calor. Maridão já tinha chegado e me mandou deitar, que talvez melhorasse, ofereceu um remedinho pra dor, mas eu não quis(devia era ter aceitado, mas...).
Deitei e foi aí que eu percebi que sim, estava com contrações. Elas tinham um intervalo de 8 a 10 minutos, e começaram a ficar mais doloridas. E tinha a dor nas costas, minha inseparável companheira desde as 8 da manhã. Aí eu me apavorei e comecei a pensar se esperava a bolsa estourar ou corria pra maternidade(coisa de mãe de primeira e sem nenhuma experiência nessa parte logística).
Chamei o Paulo e disse que queria ir, nem que fosse pra ver se estava tudo bem. Pegamos as malinhas (arrumei a minha na hora, não tinha nem comprado um pijama decente, fui com os normais mesmo...) e fomos pro Hospital São Vicente de Paulo. Chegando lá, antes de internar, fui pro toque: 2 cm, bolsa intacta, colo amolecendo. Pedi pra ir pra casa, mas a platonista pediu pra mim esperar umas duas horas, faríamos novo exame e caso não houvesse progresso, poderia dormir em casa. Ali pelas 11 da noite novo exame, colo mais macio e mais um dedinho. Pedi alguma coisa pra comer, mas já tinha passado muito da janta, aí ganhei um bolo inglês, bolachinhas e suco de laranja. Lembro que cochilava entre as contrações enquanto o marido conversava com outro casal. Ali pela 1 da manhã, novo toque e mais evolução, 4 cm! Dra decidiu me mandar pro centro obstétrico, pois ali onde estávamos era muito movimentado. Maridão fez a internação e lá fomos nós, eu já lindona na camisolinha azul. Chegando no C.O duas enfermeiras mega queridas, e só nós lá. Elas me mostraram a sala de cirurgia, a sala de PN e onde eu ficaria, um pré e pós parto com bola suíça, massageadores, cadeira de cócoras e tudo mais. Tentei dormir um pouco, mas tava difícil. A cada contração pedia pro marido massagear as costas, o que mais doía. E olhava pro relógio, muitas e muitas vezes.
Às 4 am a médica veio de novo, e aí o toque foi punk, já que ficar deitada dóia 20 vezes mais do que em qualquer outra posição. Nessa hora acho que ela descolou um pouco, pois a dor aumentou e a bolsa estorou. Não foi uma enxurrada como eu esperava, pois a Gabi encaixou definitivamente nessa hora, e a médica disse que ela era bem cabeludinha, e de cabelinho preto!
Depois dessa eu pedi arrego e a médica me colocou no soro e me deu buscopan na veia. Que coisa maravilhosa! Não sentia mais a dor nas costas, mas as contrações continuavam. Dormia nos intervalos, aí acordava e via o marido capotado na cama do lado, com uma carinha de anjinho...
E assim amanheceu, e as 6 am eu estava com sete dedos. E aí começaram a chegar outras 'parturientes' no C.O, inclusive as césareas agendadas, mulheres maquiadas e de escova no cabelo. Nessa hora as enfermeiras pediram se eu queria tomar um banho quente pra ajudar, e eu topei na hora. A ducha era maravilhosa, murchei de tanto fica lá, e só saí porque era esquentada por caldeira e desligaram. Novo toque, 8 cm, 9 da manhã. Houve troca de plantão e agora eu estava com o Dr. Glênio, que me mandou de volta pro chuveiro ali pelas 10 am. Fui sorrindo, apoiada no marido e parando a cada contração, agora de 3 em 3 minutos.
E agora vem a melhor parte. Estava lá, embaixo d'agua, e começou a me dar uma vontade louca de fazer força. Sim, força de nº 2, de 'ir aos pés'. Falei pro marido e ele chamou a enfermeira, e quase nem deu tempo de me secar e chegar à sala de parto. Lembro que subi na cama eram 10:50, enquanto o Dr. Glênio se paramentava e falava do Internacional, que havia conquistado o título da Sulamericana a noite anterior. E ainda brincou que nossa menininha nasceria colorada(e acertou!).E aí eu falei que queria empurrar.
E ele me mandou fazer o que eu tivesse vontade, principalmente durante as contrações. E foi uma, duas, e eu perdi a conta... E aí eu senti o 'círculo de fogo'. Doeu, mas compensou. Gabriela nasceu ás 11.05 am, dez minutos após o primeiro 'empurrão'.
Foi anunciada, pesada e medida e veio pro colinho da mamãe, de toquinha e tudo. Pegou a mão do papai e nesse momento eu não sentia nada além de um amor imenso, que cresce cada vez mais, mesmo com todas as dificuldades do dia-a-dia.
E depois disso foi só festa né? Tive que levar três pontinhos de uma mini-episio (acredito que necessária), enquanto papai ficava com Gabi no colo e a levava pra recuperação junto comigo. Ficamos na sala pois não havia quartos(lotação máxima na virada da lua), e ali eu almocei ao lado da minha pequena. Aí papai foi junto pra tomar o primeiro banho, e depois ela mamou e mamou-mamou-mamou. Às três da tarde estávamos no quarto e na sexta feira, depois de 24 hrs do parto, enfim a alta.
E ali, na porta do hospital que eu conheço desde o meu nascimento, eu percebi que nada mais seria igual. Saímos naquele sol escaldante do meio dia de um final de Novembro com aquele serzinho indefeso e totalmente dependente nos braços e realmente nada mais foi igual nesses quase dois anos que estamos juntas!
Te amamos pequena, pra todo sempre!
Lembro de ter acordado na quarta feira 26 de Novembro de 2008 como em todos os outros dias, com uma festa dentro da barriga. A Gabi sempre acordou antes da mamãe aqui, e fazia A festa, principalmente se papai conversasse com ela. Lembro que eu tinha prova de Direito Penal na quinta feira, então estudei um pouco(não tinha aula na quarta, já havia passado naquela matéria), arrumei a casa e fiz almoço. Esse tempo todo eu sentia uma dorzinha nas costas, bem na parte da bacia, mas achava que tinha dormido mal ou que a barriga tava muito pesada, e nem dei muita bola. Coloquei minha inseparável legg de 'fim-de-gestação', blusa rosa e minha melissa favorita e fui trabalhar. Cheguei na Rejur(Representação Juridica da Caixa Federal), bati meu ponto e comecei a conversar com a Mari e o Mesa, dois colegas estagiários. Lembro nitidamente da Mari dizendo que a Gabi ia nascer logo pois meus pés tinham inchado. Ela não tinha idéia do quanto estava certa!
Trabalhei a tarde toda sentindo a dorzinha nas costas, e de vez em quando algumas cólicas. Mas eu tava tão confiante na contagem da médica (e achando estar de 36 semanas) que nem imaginei que eram contrações, no máximo as 'Braxton Hicks' (contrações de treinamento). Ainda sentindo a dorzinha encerrei o expediente às 6 da tarde, passei na sorveteria e fiz meu caminho para casa, 15 minutos de caminhada. Depois, subi os quatro andares do nosso prédio e cheguei em casa como todos os dias, cansada e com muito calor. Maridão já tinha chegado e me mandou deitar, que talvez melhorasse, ofereceu um remedinho pra dor, mas eu não quis(devia era ter aceitado, mas...).
Deitei e foi aí que eu percebi que sim, estava com contrações. Elas tinham um intervalo de 8 a 10 minutos, e começaram a ficar mais doloridas. E tinha a dor nas costas, minha inseparável companheira desde as 8 da manhã. Aí eu me apavorei e comecei a pensar se esperava a bolsa estourar ou corria pra maternidade(coisa de mãe de primeira e sem nenhuma experiência nessa parte logística).
Chamei o Paulo e disse que queria ir, nem que fosse pra ver se estava tudo bem. Pegamos as malinhas (arrumei a minha na hora, não tinha nem comprado um pijama decente, fui com os normais mesmo...) e fomos pro Hospital São Vicente de Paulo. Chegando lá, antes de internar, fui pro toque: 2 cm, bolsa intacta, colo amolecendo. Pedi pra ir pra casa, mas a platonista pediu pra mim esperar umas duas horas, faríamos novo exame e caso não houvesse progresso, poderia dormir em casa. Ali pelas 11 da noite novo exame, colo mais macio e mais um dedinho. Pedi alguma coisa pra comer, mas já tinha passado muito da janta, aí ganhei um bolo inglês, bolachinhas e suco de laranja. Lembro que cochilava entre as contrações enquanto o marido conversava com outro casal. Ali pela 1 da manhã, novo toque e mais evolução, 4 cm! Dra decidiu me mandar pro centro obstétrico, pois ali onde estávamos era muito movimentado. Maridão fez a internação e lá fomos nós, eu já lindona na camisolinha azul. Chegando no C.O duas enfermeiras mega queridas, e só nós lá. Elas me mostraram a sala de cirurgia, a sala de PN e onde eu ficaria, um pré e pós parto com bola suíça, massageadores, cadeira de cócoras e tudo mais. Tentei dormir um pouco, mas tava difícil. A cada contração pedia pro marido massagear as costas, o que mais doía. E olhava pro relógio, muitas e muitas vezes.
Às 4 am a médica veio de novo, e aí o toque foi punk, já que ficar deitada dóia 20 vezes mais do que em qualquer outra posição. Nessa hora acho que ela descolou um pouco, pois a dor aumentou e a bolsa estorou. Não foi uma enxurrada como eu esperava, pois a Gabi encaixou definitivamente nessa hora, e a médica disse que ela era bem cabeludinha, e de cabelinho preto!
Depois dessa eu pedi arrego e a médica me colocou no soro e me deu buscopan na veia. Que coisa maravilhosa! Não sentia mais a dor nas costas, mas as contrações continuavam. Dormia nos intervalos, aí acordava e via o marido capotado na cama do lado, com uma carinha de anjinho...
E assim amanheceu, e as 6 am eu estava com sete dedos. E aí começaram a chegar outras 'parturientes' no C.O, inclusive as césareas agendadas, mulheres maquiadas e de escova no cabelo. Nessa hora as enfermeiras pediram se eu queria tomar um banho quente pra ajudar, e eu topei na hora. A ducha era maravilhosa, murchei de tanto fica lá, e só saí porque era esquentada por caldeira e desligaram. Novo toque, 8 cm, 9 da manhã. Houve troca de plantão e agora eu estava com o Dr. Glênio, que me mandou de volta pro chuveiro ali pelas 10 am. Fui sorrindo, apoiada no marido e parando a cada contração, agora de 3 em 3 minutos.
E agora vem a melhor parte. Estava lá, embaixo d'agua, e começou a me dar uma vontade louca de fazer força. Sim, força de nº 2, de 'ir aos pés'. Falei pro marido e ele chamou a enfermeira, e quase nem deu tempo de me secar e chegar à sala de parto. Lembro que subi na cama eram 10:50, enquanto o Dr. Glênio se paramentava e falava do Internacional, que havia conquistado o título da Sulamericana a noite anterior. E ainda brincou que nossa menininha nasceria colorada(e acertou!).E aí eu falei que queria empurrar.
E ele me mandou fazer o que eu tivesse vontade, principalmente durante as contrações. E foi uma, duas, e eu perdi a conta... E aí eu senti o 'círculo de fogo'. Doeu, mas compensou. Gabriela nasceu ás 11.05 am, dez minutos após o primeiro 'empurrão'.
Foi anunciada, pesada e medida e veio pro colinho da mamãe, de toquinha e tudo. Pegou a mão do papai e nesse momento eu não sentia nada além de um amor imenso, que cresce cada vez mais, mesmo com todas as dificuldades do dia-a-dia.
E depois disso foi só festa né? Tive que levar três pontinhos de uma mini-episio (acredito que necessária), enquanto papai ficava com Gabi no colo e a levava pra recuperação junto comigo. Ficamos na sala pois não havia quartos(lotação máxima na virada da lua), e ali eu almocei ao lado da minha pequena. Aí papai foi junto pra tomar o primeiro banho, e depois ela mamou e mamou-mamou-mamou. Às três da tarde estávamos no quarto e na sexta feira, depois de 24 hrs do parto, enfim a alta.
E ali, na porta do hospital que eu conheço desde o meu nascimento, eu percebi que nada mais seria igual. Saímos naquele sol escaldante do meio dia de um final de Novembro com aquele serzinho indefeso e totalmente dependente nos braços e realmente nada mais foi igual nesses quase dois anos que estamos juntas!
Te amamos pequena, pra todo sempre!
Ah adorei o teu relato! Dá vontade de ter um monte de filhos por essas razões!!!!!
ResponderExcluirAi.... relatos de parto são lindos!
ResponderExcluirEu fico com lágrimas nos olhos quando os leio. Lembro da minha pequena e da emoção e do amor que senti quando ela nasceu!
É lindo mesmo, e realmente, nascemos de novo depois que viramos mãe né!
Beijo!
Nossa, que relato legal. Pareceu taaao tranquilo!! Infelizmente, fiquei em trabalho de parto um tempão, mas acabou sendo cesárea. Quem sabe o próximo não vem assim, como a sua Gabi?
ResponderExcluirBeijocas
Bom dizem que eu sou o pai, atendendo a vários pedidos para postar no blog, hoje resolvi escrever algo. São exatamente 19:36 e ainda me lembro como fosse ontem que tudo isso aconteceu, cada detalhe esta bem vivo em minha mente, a suposta colorada Gabriela, nasceu já usando as cores do manto sagrado Azul, menina do sorriso maroto das perguntas pertinentes e das afirmações que tudo é dela.
ResponderExcluiro auau, miau, binter, emio, miã miã, e a principal palavra que ela gosto de pronunciar "não", coisa de criança.
Hoje dona Gabriela é minha amiga, filha e fiel cúmplice nas artimanhas que inventamos, desde de cantar criança não trabalha para eu me eximir de lavar a louça até Fome come fome come
Se vem de fora ela devora ela devora ela devora e bate bate que vamos para à cozinha fazer algo. São quase dois anos que esse pequeno Grande ser esta no mundo, não vou prometer nada daquilo que eu não possa fazer, e continuarei sempre te amando Gabriela.