16 maio 2010

Recapitulando

E enquanto a mamãe vai se acostumando a ter um blog, vamos postando textinhos guardadinhos na pastinha feita especialmente pra ela. Esse eu escrevi em dezembro de 2008, alguns dias depois que a Gabi nasceu...

"Eram 11h05min do dia 27 de novembro quando você chegou. Te vi nascendo, abandonando aquela que foi tua casinha por 38 semanas e dois dias, e ouvi aquele choro, tão baixinho. O pediatra te pegou e anunciou “dois quilos novecentos e cinqüenta, com quarenta e seis centímetros e meio”. E nós ali, doidos pra ver teu rostinho, abraçados...

E aí você veio, toda enroladinha, com uma toquinha na cabeça, bem quietinha. E nos olhou, e aí, minha filha, o mundo parou. Tu conseguiste o quase impossível, me deixar sem palavras. Com tuas mãozinhas, agarrou o dedo do papai, que não sabia se ria ou chorava. E, naquele momento, filha, não havia felicidade maior do que estar ali, com vocês dois. Foi o momento mais inesquecível das nossas vidas.

E depois, enquanto você esperava teu primeiro banho, tão pequenina e frágil, e vi uma cena que também nunca vai sair da minha memória. Teu papai, ali, te olhando, virou bebê de novo e chorou de felicidade... Foi muito especial, ver aquele que tanto conversa contigo enquanto estavas “escondidinha”, mostrar todo o amor que ele sentia naquele momento.

Sabe Gabi, antes, eu nunca tinha ficado parada olhando alguém dormir, só pra não perder aquele momento. Eu não tinha idéia de como era amar alguém em tal intensidade. Mas, ali no hospital mesmo, a partir do momento em que tu foi colocada em meus braços, senti como se Deus tivesse instalado um chip da responsabilidade no meu cérebro e, em poucos dias, eu era doutora em cuidados maternos.

E, desde aquele dia, você tem me ensinado quase mais sobre a vida do aprendi em meus 20 anos. Desenvolvi a capacidade de observação, o estado de alerta constante, a paciência e o hábito de acordar com um sorriso lindo no rosto, a qualquer hora. Minha filha, você me ensinou a demorar menos no banho, a ser mais organizada e a observar qualquer coisinha diferente em você. Aprendi também que um filho ensina a observar mais as pessoas e potencializa o meu amor por aqueles que me cercam.

Por tua causa, meu anjinho, hoje meu amor pelo teu pai cresce cada dia mais. A cada fralda tua que ele troca, a cada beijo que ele te dá, eu percebo que não poderia haver ninguém melhor para me ajudar a criar o anjinho que aterrisou em nossas vidas.

Obrigada, minha filha, por me fazer descobrir quem que eu nem imaginava que era e por tudo o que eu ainda hei de aprender contigo."

Dezembro/2008